Autorias e Desencontros

Cortei o cabelo para ver se conseguia cortar outras coisas que estão me enrolando...

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Sobre o que quero ainda hoje...

Eu devia querer escrever qualquer coisa que mudasse a literatura! Mas ao invés disso estou preocupado em escrever qualquer coisa que tire você desse lugar!!! Mas que lugar é esse que você está, que faz de nós algo que não tem nome? Que faz de nós algo que eu não sei o que é? Me pergunto no espelho sobre os planos que tenho para nós. Seria qualquer um deles possível? Embora pra poucos eu me diga que sim, continuo tocando o barco nesse rio. Ai... o que estou escrevendo aqui afinal??? Eu devia ir trabalhar naquele conto da mulher que dá pro cachorro! Ou quem sabe ir escrever aquela poesia sobre o Vestido Rosa para Fernanda! Ou até mesmo estudar pra faculdade! Não, estudar não!!! E pensar em quanto me policiei pra não ter plano nenhum! No quanto me disciplinei para não acreditar em nada! No quanto desejei não ter esperança em qualquer coisa! Mas não consegui pôr rédeas nessa bomba no meu peito! Por enquanto ainda não. Mas quem sabe eu consiga! Mas não é isso que eu quero!!! Eu quero é me perder mais um pouco ainda...

segunda-feira, 1 de junho de 2009

É o encanto do seu beijo que traz a chuva

Eu passaria um dia inteiro te fotografando,
um dia inteiro te vestindo de tantos jeitos
e te obrigando a desfilar pra mim.
Eu passaria um dia inteiro despenteando o teu cabelo
e penteando de novo, e cortando, e tingindo,
só pra poder experimentar sua cara entre as farsas.
Eu passaria um dia inteiro te despindo
e te devorando entre os lençóis e o suor;
até quando o tempo envelhecer meu corpo
vou preferir mais infartar do que não te comer.
Eu passaria um dia inteiro irritando os seus ouvidos
mentindo que canto em algum tom qualquer canção
que elogie o quanto você é linda, mas duvida.
Mas não posso fazer nada disso:
viver qualquer dia assim
tornaria todos os dias comuns insuportáveis
se o perfume do seu riso não aparecer,
e eu ficaria cativo dos seus dentes,
preso das suas blusas vermelhas,
servo dos seus passos.

(Último Domingo deste maio tão grande)