Autorias e Desencontros

Cortei o cabelo para ver se conseguia cortar outras coisas que estão me enrolando...

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Disse Herbert: "Eu quis dizer, vc não quis escutar. Agora não peça ..."

E se eu te fizesse as mesmas perguntas que você me faz?
E se eu ficasse esperando até você me dizer alguma coisa,
como você sempre espera que eu te diga?
Por que eu tenho sempre que ir até você?
Por que eu tenho sempre que dar os primeiros passos?
Por que não pode você me dizer o que quer?
E como é possível que você não tenha lido nos meus gestos
o quanto te amei sem poupar gaveta nenhuma?
E como pode pensar que não houveram insurreições
contra o medo que senti, sinto e sentirei ainda amanhã,
se mesmo tremendo ousei caminhar por onde não conheço?
Tá: não fiz questão de chegar onde eu queria:
é porque continuo querendo mais contar as histórias
do que viver qualquer pretensão de final feliz!
Incoerente? Talvez. Mas, e daí?

quarta-feira, 22 de julho de 2009

"Pra num CAFUNÉ fazer os meus apelos"

Ele sabia, mesmo sem ter ideia de onde aprendeu tal coisa sabia. Sabia que no momento em que saísse dos seus muros, da sua cidade tão protegida, no momento em que ousasse se lançar ao outro, sabia que a partir dali sofreria todos os dias. E tinha um medo profundo do que o esperava. Mas ainda assim abriu o portão, e se arriscou. Imediatamente foi revestido de carne e de tato, e seu novo corpo se encheu de sangue e de póros, e conheceu aquilo que mais pode fazer alguém sentir dor, e sangrou sem derramar gota nenhuma. Mas conseguiu sentir também o prazer de qualquer coisa como um cafuné, e isso o deliciou tanto que naqueles 59 segundos de cafuné se esqueceu das dores do dia inteiro e até das muitas queixas que tinha para fazer. Certamente não podia se reconhecer no espelho. Mas não se importava muito com isso. Precisou inventar qualquer remédio pra quando seu cafuné não estivesse presente, um anestésico para suportar os dias, as horas e os minutos sem ela. Foi aí que o cafuné invadiu sua escrita, e até seu blog se tornou um apelo pela vinda de um certo alguém, porque parecia que o retorno dela não chegava nunca de tanto que demorava... Se ele voltaria atrás? Se ele pudesse voltar e impedir que se apaixonasse por ela? Se houvesse algum meio que evitasse a paixão por alguém? Não tem como voltar! Nem há como impedir a paixão, ainda mais que a gente só a percebe depois que ela já aconteceu. Mas se tivesse como voltar, se tivesse como impedir, se tivesse como evitar, se tivesse como eu me curar de você, ainda assim não me curaria. Porque prefiro sangrar pra poder sentir o que sinto por você!

terça-feira, 21 de julho de 2009

Últimas Notícias vindas da Ilha

Quando soube dos dias que passaria sem te ver, sangrei. Mas você riu debochando... Quando será que você vai entender que nem no Samba consigo me sentir bem sem você ao meu lado? Ainda mais praticamente duas semanas! Mas eu não seria eu se mesmo assim não fosse cantar, tocar e sambar, sem a ilusão de que isso poderia me fazer te esquecer. E quando eu vou admitir pra mim mesmo, ainda que apenas no escuro do quarto às duas da manhã, que qualquer dia sem você me dói imensamente? Sei lá! Vou é escrever aquele conto erótico, que é mais interessante!!!

terça-feira, 7 de julho de 2009

Não me peça nada!!!

É preciso te proteger do Lobo,
só que o Lobo sou eu!
Então eu vou embora!!!
É preciso te salvar da queda,
só que o Abismo sou eu!
Então eu vou embora!!!
Talvez você se sinta vazia,
mas, se for assim,
também, e por isso,
poderá se sentir leve.
Quem sabe mais leve
você possa voar!
Eu estou repleto de vírgulas!!!
Mas também ficaram as exclamações!!!
Só fico triste
porque a dor que sentimos
não vai acabar depois
do ponto final deste poema.