Autorias e Desencontros

Cortei o cabelo para ver se conseguia cortar outras coisas que estão me enrolando...

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Formas Delicadas de TERMINAR com Alguém - Parte I

O Memorando


************************LTDA TERE S.A.****************************
Memo: 171/2009
Ao: Ilmo Sr. Dornellas,

Comunico ao Sr. que a partir desta data não mais necessitaremos dos seus serviços, no Setor Red Heart, na função de Namorado. Sabemos que a notícia pode ser vista como inesperada, porém há muito estamos discutindo formas de inserção da nossa empresa em estratégias mais dinâmicas de produção. Pensamos também que é preciso readequarmos nosso funcionamento, de modo a otimizarmos o tempo e os recursos da nossa empresa, assim como a chance de oxigenarmos nossas concepções com a sua devida substituição por alguns estagiários, jovens que acabam de ingressar no mercado e anseiam por essa oportunidade de experiência e por esse voto de confiança na capacidade de aprenderem, sem contar o dinamismo que tal perfil trará para nosso ambiente de trabalho. Esperamos que o Sr. enxergue nessa atitude a chance excepcional de que possa também alcançar novos mercados, adquirindo novas experiências e conhecendo novos horizontes.

Gratos por seus serviços e dedicação,

Setor de Recursos Humanos

Formas Delicadas de TERMINAR com Alguém - Parte 2

Os empréstimos de Borges
Eu tava já na ânsia de terminar com ela. Mulher ciumenta não dá pé. Custei suor e mais suor pra conseguir me separar de uma assim, lance de cartório, juiz e advogado. Agora que finalmente eu tava gostando de outra, na hora que a parada tá num clima de coisa sério, de compromiso, tipo rolando mesmo né, aí ela mostra as garras, ela entrega o serviço, desfaz a máscara e aparece a loucura varrida do ciúme. Ai meu Deus, maldita cina essa minha de me apaixonar por mulheres ciúmentas! Pensei: "Tenho que meter o pé! Ralar fora dessa porra de canoa, antes que me afunde de novo!" Mas como que eu ia sair dessa, se a mulher já tava pagando as minhas contas? Plano B - o ÓBVIO: Voltar ao trabalho. Ligação daqui, ligação de lá. Pede uma moral a um amigo, a outro. E passou quase um mês, até que o Césinha ligou avisando que tinha conseguido uma vaga pra mim como caseiro numa fazenda em Valença. "Porra, Valença! É o jeito né." Mas para ir para lá eram além das três horas de viagem, uma grana de passagem. Grana que eu obviamente não tinha! Então, inventei uma história de dor de dente, siso careado, coisa do tipo. Ela caiu e me emprestou uns cem contos, na época quantia significativa (com um real se comprova um quilo de frango). Aproveitando que ela nunca mais iria me ver, se Deus me ajudasse e ela não conseguisse descobrir onde eu me enfiei, pedi emprestado também alguns livros que eu sempre quis ler e nunca tinha tido tempo antes, incluindo uma coletânea com as obras completas do Borges. Naquela mesma tarde embarquei para a cidadezinha do sul do Estado.

Formas Delicadas de TERMINAR com Alguém - Parte III

O último adeus de Teresa

Primeiro ela concordou em participar comigo da Mostra de Cinema que um amigo meu estava organizando, sobre o Bergman. Coisa que ela sempre achou chatíssima: "Esses filmes-cult-insuportáveis que você e seus amigos gostam não fazem o menor sentido pra mim." Ela gostava mesmo é de comédia romântica, dessas de adolescentes. O que pra mim nunca se constituiu numa questão, afinal nossas diferenças além dos risos provocavam complementações. O fato é que estranhei ela ter concordado com o convite para a tal Mostra. Depois ela mesma sugeriu irmos para o Veneza, um motel que eu adoro por causa daquelas incríveis cadeiras eróticas. E foi uma das melhores transas que já tive, ela incorporou a luxúria. Algo indescritível. No sábado, me lembrou que fazia tempos que não jantávamos fora, e que nunca tínhamos ido a um restaurante de culinária estrangeira. Então, sugeri um restaurante Tailandês incrível, que conheci lá no Itaim. Foi incrível! Realmente romântico e especial. Depois do jantar sugeri que fôssemos para o meu apartamento. Mas ela disse que não, que passaria aqui no domingo a tarde. Eu tava tão animado com aquela semana incrível que resolvi combinarmos sim domingo a tarde, ignorando assim minha santa norma de fidelidade futebolística. Então, no domingo de manhã acordei com o seguinte SMS: "ñ rola mais. I e vc já era. Somos nada a ver. Tava infeliz. Foi mau." Aí pensei: "Porra, esse mau é com L ou com U? Acho que é com L." E fui ver no Aurélio.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Sobre o resfriado repetitivo

Mendiguei seus comentários!!!
Implorei respostas que não vieram!!!
Derrotado
tentei não produzir mais fala alguma,
como se o meu silêncio
não fosse um grito sobre quanto te amo.
Porém, hoje, no dia em que
eu não queria se quer lembrar seu nome
(como se pelas coincidências que nos unem
isso não fosse também impossível),
fizeram fila para me perguntar por você.
Enfim, o dia está insuportável
sem que eu diga o que sinto.
E os versos igualmente medíocres!!!