Autorias e Desencontros

Cortei o cabelo para ver se conseguia cortar outras coisas que estão me enrolando...

domingo, 4 de maio de 2008

A Playboy da Ana Carolina

A mulher mais famosa no Brasil atualmente é a mãe da Isabela. Só se fala nisso. Você abre o jornal e lá está ela de calça jeans, óculos-escuros e a camiseta com a foto da Isabela. Longe de mim ironizar o sofrimento de qualquer pessoa, mas é que a Playboy sempre dá um jeito de despir e fotografar a mulher mais famosa da hora, então tem que ser a mãe da Isabela. Quem não tem vontade de pegar aquela carinha de menina triste e pôr no seu ombro pra poder chorar? Ou pôr em outras partes do corpo também, cada um com a sua tara, né? Ou então chamem a madrasta, afinal ela também se chama Ana Carolina. Coincidência, não? Uma é Jatobá e a outra é Oliveira. Aliás, não são ambos nomes de árvores? Só que a madrasta a gente teria que fotografar num ensaio sadomasô, coisa bem hardcore, assim, sabe? Fala, quem nunca teve vontade de dar uma coça nela enquanto metia-lhe a piroca rabo a dentro? Ou até matá-la de porrada e comê-la só depois disso, necrofilia a parte? E é melhor fotografar logo, agora que só se fala nisso, porque depois que as pessoas esquecerem o assunto não vai demorar pra pintar um diretor tarado e pervertido do cinema pornô propondo um roteiro com o pai, a mãe e a madrasta numa série de ménages extraordinários; aí meu bem é só decadência, né? Aliás, já reparou como que brota mulher do chão pra fazer tanta revista erótica, tanto filme de sacanagem, tanta putaria impressa, tanta putaria áudio-visual? Gente, mas é muita mulher! Onde arranjam tanta mulher assim com disposição pra ser fotografada e filmada peladinha, peladinha? Com disposição pra dar pra atores desconhecidos ou conhecidos, sei lá? Mas essa banalização do corpo feminino não é absurdo, isso é natural, né? É por isso que eu tô lançando a campanha: façamos a playboy da Ana Carolina!!! Não importa qual delas. Até se forem as duas juntas já serve também, é muita mulher pra apenas dois olhos, mas já serve também. Não que eu queira ridicularizar o sofrimento nem a comoção de ninguém! Só digo o que muita gente já pensa: tô de saco cheio de só ouvir falar da Isabela. Enquanto isso uma porrada de gente continua morrendo de dengue. Enquanto isso o Joel deixou o Flamengo! Enquanto isso meu pai ta desempregado!!! Mas e daí? Só acho que é preciso coerência: ou a gente se importa com toda e qualquer atrocidade humana ou ignora todas elas!!! Por que passar a Isabela atirada da janela e não passar o Tigela fuzilado na favela, se ambos só tinham seis anos? Tô propondo um abaixo-assinado e depois faremos uma passeata: Queremos Carolina! Queremos Carolina!

Paracambi, 21 de Abril de 2008.

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá, leomir.

Seus textos me lembram o poeta Nelson Rodrigues.Eles são de uma profunda reflexção e acaba com esse falso moralismo que nós nos escondemos. Vc escreve muito bem e é irinico.Particulamente acho isso fantástico em alguém q se propõema escrever.

É verdade, que muitos pensaram em algo mais intímo com a mãe e a madrasta de Izabela, pois a relação homem e mulher ou mulher e mulher ultrapaça o limite humano,mas quem teria coragem de dizer q elas são uma gatinha? Os q disseram foram multilados com olhares.
Muitos se chocarm ao saber que "pais" são capazes de cometer tamanho genocídios em nome de uma futura "liberdade".
As pessoas ficam escandalizadas quando alguém da classe média comete esses atos, quando uma criança da classe média e da burguesia e barabaramente morta.No entanto ninguém fica chocado ao saber que crianças do mundo não tem direito a vida que logo sedo pegam num fuzil que mal sabem manuziar,Faz-se paceata, coloca vela na janela, faz-se um minuto de silêsncio,mas quando um menino ou ume menida dos espaços populares eles pensam é menos um.