Amolei a minha faca:
cortarei amanhã a sua garganta,
na tentativa de fazer sair
as palavras que te engasgam.
Sinto as frases que chegam
até quase a sua língua.
Sinto você tentar empurrá-las
de volta para o silencioso túmulo
que bate entre as suas costelas.
Mas elas resistem
agarradas à sua garganta.
Amanhã eu as salvarei:
com a mais afiada das facas
abrirei um novo caminho
para que elas cheguem
aos meus ouvidos carentes.
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