"...de repente eu olhei pro outro lado da cama e tinha uma máquina, uma fotocopiadora talvez. Não era mais meu marido: era uma máquina de fazer fotocópias. Uma máquina não negocia: ou diz sim e executa o que você quer, se isso está previsto nas suas programações e funções; ou diz não e você já era, se isso não está previsto nas suas programações e funções. Uma fotocopiadora não cria, não inventa, não imagina: ou faz ou não faz, mas só dentro daquilo que já estava previsto nas suas programações e funções. (...)"
"...de repente eu olhei pro outro lado da marcha, da luta, da militância. Vi que eles estavam lá, iludidos que poderiam fazer uma casa nova com os mesmos móveis nos mesmos lugares e nas mesmas funções. Sim! Queriam lutar, mas traziam os móveis nas costas: o status, a hierarquia, a polícia, a família, e muitos outros.(...)"
"...de repente eu olhei pro outro lado do espelho: que susto! Eu também era uma fotocopiadora! E eu também trazia nas minhas costas os meus móveis intactos!(...)"
"...de repente eu olhei pro outro lado da marcha, da luta, da militância. Vi que eles estavam lá, iludidos que poderiam fazer uma casa nova com os mesmos móveis nos mesmos lugares e nas mesmas funções. Sim! Queriam lutar, mas traziam os móveis nas costas: o status, a hierarquia, a polícia, a família, e muitos outros.(...)"
"...de repente eu olhei pro outro lado do espelho: que susto! Eu também era uma fotocopiadora! E eu também trazia nas minhas costas os meus móveis intactos!(...)"
Trecho do conto de Margarete Santana, convenientemente expropriado por mim.
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