Meu conto tá saindo em doses homeopáticas. Como o veneno no almoço posto pela mulher para matar ao marido, que vai aos poucos invadindo o sangue. Como o sangue escorrendo nos pulsos do suicida, que vazando a alma esvai suas forças lentamente. E devagar como o meu primeiro beijo de língua, que se vai experimentando e descobrindo o que fazer, e aprendendo o que se gosta ou não gosta ou gosta mais disso do que daquilo, e percebendo que nada disso é constante nem imutável. E a cada linha ele avança. E a cada voz ele se aprofunda. Ainda que insista a impressão de nunca vou terminar de escrevê-lo. Enquanto tento continuar nisso estou cercado de mulheres nesse bar, e sinto cheiro de menstruação. Duas fumam, as outras não: ainda bem! Mas o melhor é que muitas delas são bonitas. E é isso que me deprime: tanta mulher gostosa no mundo e eu tenho apenas dois olhos para olhá-las. Ah... e tem a chuva também, a chuva de folhinhas dessa árvore que não sei o nome. São folhinhas tão pequenas... Mas deixem-me voltar ao conto!
Rio, 29/Maio/2008.
Rio, 29/Maio/2008.
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