Autorias e Desencontros
Cortei o cabelo para ver se conseguia cortar outras coisas que estão me enrolando...
quarta-feira, 22 de julho de 2009
"Pra num CAFUNÉ fazer os meus apelos"
Ele sabia, mesmo sem ter ideia de onde aprendeu tal coisa sabia. Sabia que no momento em que saísse dos seus muros, da sua cidade tão protegida, no momento em que ousasse se lançar ao outro, sabia que a partir dali sofreria todos os dias. E tinha um medo profundo do que o esperava. Mas ainda assim abriu o portão, e se arriscou. Imediatamente foi revestido de carne e de tato, e seu novo corpo se encheu de sangue e de póros, e conheceu aquilo que mais pode fazer alguém sentir dor, e sangrou sem derramar gota nenhuma. Mas conseguiu sentir também o prazer de qualquer coisa como um cafuné, e isso o deliciou tanto que naqueles 59 segundos de cafuné se esqueceu das dores do dia inteiro e até das muitas queixas que tinha para fazer. Certamente não podia se reconhecer no espelho. Mas não se importava muito com isso. Precisou inventar qualquer remédio pra quando seu cafuné não estivesse presente, um anestésico para suportar os dias, as horas e os minutos sem ela. Foi aí que o cafuné invadiu sua escrita, e até seu blog se tornou um apelo pela vinda de um certo alguém, porque parecia que o retorno dela não chegava nunca de tanto que demorava... Se ele voltaria atrás? Se ele pudesse voltar e impedir que se apaixonasse por ela? Se houvesse algum meio que evitasse a paixão por alguém? Não tem como voltar! Nem há como impedir a paixão, ainda mais que a gente só a percebe depois que ela já aconteceu. Mas se tivesse como voltar, se tivesse como impedir, se tivesse como evitar, se tivesse como eu me curar de você, ainda assim não me curaria. Porque prefiro sangrar pra poder sentir o que sinto por você!
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2 comentários:
"Me deixa te trazer num dengo..."
Essa música é incrível!
Disritmia - Martinho da Vila
Estou trabalhando em uma fórmula para possuir um coração de pedra.Já juntei alguns elementos.Na verdade só falta apenas um, e é o mais paradoxal.
Coloquei uma gota de verdade, um punhado de mentira,dois terços de angústia,um quarto de frieza, cinco quintos de felicidade,quatorze oitavos de civilidade,seis sementes de misercórdia e sete folhas de pó de rocha. Misturei tudo e provei.Senti um calafrio,gotas de humor que as glândulas do olho segregam caíram, me deu nauseas...Pensei então:-pronto estou coberto por um manto e segui a vida. Mas naquele dia na praça, quando nos encontramos sem querer, percebi a perna tremer, meu coração de pedra chorou.Voltei à casa confuso e pensativo e até hj reuno elementos para ao te ver me alegrar, e me alegrando não te amar.
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